A Ordem do Templo

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Corriam os anos de 1.100 e toda a Europa se unia pela primeira vez por uma causa comum: a conquista dos lugares santos.
Naquela época o conde Hugo de Champagne havia ido à Terra Santa lutar na primeira cruzada, mas voltou de repente ao território francês, dirigindo-se com urgência ao mosteiro de Clervaux, da Ordem de Cister fundada por São Bernardo de Clervaux. De seu encontro pessoal com o abade , São Bernardo, nada se sabe, porém o mesmo determinou que o mosteiro todo se empenhasse em estudar os antigos textos em hebraico, até com a ajuda de rabinos que mandou que fossem trazidos da alta Borgonha, apesar da intolerância religiosa
Naquela época.
São Bernardo comunicou imediatamente o que havia descoberto, ao conde de Champagne, que tomado por grande misticismo, renunciou à toda sua riqueza, muito superior ao que o rei de França possuía, a favor da ordem de Cister, e interna a esposa em um convento.
Retorna à Terra Santa com nove cavaleiros, munido de um documento endereçado ao procurador da Ordem de Cister, em Jerusalém, aparentando ter como missão proteger os peregrinos que se dirigiam aos Santos lugares.
Dirigem-se do porto de São João de Acre até a reconquistada Jerusalém, indo ao encontro do procurador da Ordem Balduino II de Poitiers, que residia no local onde antes tinha sido o templo de Salomão, que ao ler o documento que lhe fora enviado por São Bernardo se mostrou grandemente surpreso e excitado.


Como medidas imediatas colocou sua residência à disposição do conde de Champagne e seus nove cavaleiros, transferindo sua residência para a Torre de Davi, que se comunicava por subterrâneo com o Templo de Salomão.
Com o pretexto de organizarem melhor as suas instalações, fazem pesquisas os cavaleiros por todo o Templo de Salomão, após isto feito, retornam a Europa conduzindo uma misteriosa caixa de ferro, e tal era a sua importância que São Bernardo de Clervaux presidiu uma reunião com o Rei de França e um legado Papal e estes cavaleiros.
A reunião culminou com a criação da Ordem do Templo sendo seu primeiro Grão Mestre o sobrinho do conde de Champagne, Hugo de Payns; os componentes desta nova ordem faziam votos de pobreza e castidade, como se fossem frades e vestiam um hábito de guerreiro coberto por um manto branco ornado no peito com uma cruz vermelha com oito beatitudes, que se chamaria a cruz dos Templários.
Como prova de sua pobreza pessoal (não da Ordem), é o carimbo ou lacre onde se vê dois cavaleiros montados num só cavalo.
Contudo a Ordem dos Templários ganhou força e riqueza passando a exercer além das funções de proteção aos peregrinos que iam aos lugares santos, também de banqueiros, administradores de bens e construtores de catedrais, não sabendo ninguém como haviam de repente conseguido tanto conhecimento e poder financeiro.
A resposta deve estar na Catedral de Chartres, que registra em uma de suas portas uma escultura que diz “Aqui está depositada a Arca”, encimando esta escultura há outra onde se vê a Arca sendo transportada por uma carroça.
Será que os Templários encontraram no Templo de Salomão a Arca da Aliança, com todos os seus poderes?, teriam conseguido se apoderar de seus segredos?

O seguiu a sua marcha.......
Ao fim de 1296 o Rei de França, de nome Felipe IV, que auto se denominava Felipe o Belo, desbaratava as finanças de seu reino e para regularizar esta situação, após desvalorizar a moeda francesa, como tentativa de regularizar sua péssima administração, lançou-se a outras medidas, confiscando os bens dos judeus e não permitindo que a igreja católica remetesse para o Papa o que recolhia de óbolos. Os
Judeus eram despojados de seus bens e posteriormente queimados numa ilha do rio Sena, situada na frente do palácio real e o Papa Bonifácio VII arrancado do seu trono no palácio papal em Anagni, arrastado pelas barbas por um sicário de Felipe o Belo, de nome Nogaret, não resistindo aos maus tratos vem a morrer aos 86 anos de idade, porém sem antes excomungar o rei de França.
O rei de França para poder dar continuidade à suas ambições, nomeia o Bispo de Bordéus como Papa, sob o nome de Clemente V, que transfere o papado para a cidade de Avinhão. A partir destas medidas o rei Felipe passou a reunir-se na chamada Assembléia das Três Ordens, onde a nobreza, o clero e a burguesia se reuniam com o rei, para ratificar suas decisões.
As medidas tomadas tomadas pelo rei não regularizaram a crise financeira da França, que forçou o povo de Paris a sublevar-se, tendo
O rei se refugiado em igreja que pertencia à Ordem dos Templários.
Paralelamente à crise financeira, a França sofria uma crise política com a Inglaterra que havia desembarcado tropas na França e ameaçava apoderar-se de todo o reino. Para evitar que isto acontecesse dá em casamento sua filha Isabel ao futuro rei da Inglaterra, Eduardo II, que era avesso ao convívio do sexo feminino, preferindo a companhia dos homens.

A inflação descontrolada, e não tendo mais bens a saquear, aproveitou-se do Papa Clemente IV ser submisso à sua vontade e decreta em 13 de agosto de 1307 (numa sexta feira) o confisco dos bens dos Templários e suas detenções, este projeto de autoria e execução do esbirro do rei, Nogaret, o mesmo que arrastar o Papa Bonifácio pela Barba.
Em março de 1314 Jaques de Molay, após sucessivas torturas confessa, o que os cardeais queriam: que a Ordem do Templo praticava heresia, o sacrilégio e a degradação moral. Com esta confissão o tribunal dos cardeais e arcebispos estava disposto a poupar-lhe a vida, porém Molay irrompe aos gritos: “sou inocente, minha confissão foi-me arrancada sob tortura!”
Jaques é cremado na Ilha dos Judeus, assistido do palácio pelo rei e por seu esbirro Nogaret e membros palacianos, e seus gritos chegavam ao palácio, levados pelo vento: “o castigo virá do céu, dentro de um ano todos vós, rei Felipe, Nogaret, Clemente IV, todos vós tereis o castigo de Deus! Malditos sede vós e treze gerações de vosso sangue!”
Paralelamente ao infortúnio dos Templários, ocorria um episódio, que serve para que meditemos junto com os fatos acima relatados.
A princesa Isabel havia sido prometida desde os cinco anos de idade ao futuro rei da Inglaterra Eduardo II, em tratado que detivera as tropas da Inglaterra que haviam desembarcado na França e preparavam-se para domina-la.
Logo nos primeiros tempos de seu casamento a princesa Isabel constatou que o rei Eduardo era homossexual, não cumprindo com seus deveres de esposo, procurando sempre a companhia de amigos
Do mesmo sexo.

Enquanto se desenrolava perseguição que seu pai, o rei Felipe o Belo, aplicava aos Templários, Isabel recebe a visita do Cavaleiro Robert D’Artois, sobrinho da mãe de suas cunhadas Branca e Joana; revela que tem tenebroso segredo a lhes relatar: elas traiam seus esposos em orgias na torre de Nesle, situada do outro lado do rio Sena, bem em frente ao palácio real, tendo entre a torre e o palácio a ilha dos judeus, onde Felipe o Belo martirizava os judeus, dos quais se apossara dos bens.
A princesa Isabel ferveu de ódio, pois, enquanto ela não conhecia os prazeres do amor, face seu esposo ser homossexual, as mulheres de seus irmãos, que eram homens bonitos e viris, se entregavam à luxuria.
Combina-se uma armadilha: mandar presentes às cunhadas, que tanto servissem para o sexo masculino, quanto para o feminino, de modo que as cunhadas, no curso de suas bacanais se vissem tentadas a agraciar os amantes, com os mesmos.
Na sexta feira 13 de agosto, dia do martírio de Molay, as princesas se encontraram com seus amantes na torre de Nesle e apreciam da janela da torre o martírio de Molay, inteiramente nuas.
Após assistir o martírio de Molay, o rei se retira para o castelo de Pontoise e ali aguarda a chegada da sua filha que vem da Inglaterra, visitá-lo como rainha, além de ser princesa da França. Indignada observa que os escudeiros de irmãos portam os presentes que havia dado às suas cunhadas.
Imediatamente faz a denúncia ao seu pai que chama as noras e pede-lhes que mostrem os presentes que Isabel lhes dera, o que não o fazem. O rei manda chamar os escudeiros que ostentam na cintura os presentes. O rei ordena a prisão dos mesmos e noras.


O esbirro Nogaret é encarregado de aplicar a ira do rei: as princesas são encarceradas em convento, condenadas à prisão perpétua e os amantes esfolados vivos e castrados e depois decapitados, suplícios assistidos pelas amantes.
Terão estes fatos sido uma extensão das maldições de Jaques de Molay?, seria mesmo o braço da justiça Divina que tudo desencadeou?, pois, no mesmo ano de 1314 morreram o Papa Clemente IV e o rei Felipe o Belo, porém o esbirro Nogaret apareceu morto de maneira misteriosa na manhã seguinte, 14 de agosto. Durante os próximos 13 anos os descendentes de Felipe II e seus três filhos governam e morrem sucessivamente, também de maneira misteriosa.
Escrito pelo Ir.'. Luciano Fernandes - Loja Lux Et Veritas