Quando um pastor (de ovelhas mesmo), em tempos remotos teve a ideia de atar uma série de tubos de madeira, que produziam diferentes notas, colocava os alicerces de um instrumento musical maior e mais complexo que o mundo já conheceu. A seguinte etapa lógica foi colocar as “sanfonas” sobre uma caixa de ar, fazendo-as soprar com um fole e acrescentar depois um teclado. A meados do séc. X o famoso órgão de Winchester presumia possuir 400 tubos, requeria 70 pessoas para acionar os foles e dois músicos para tocá-lo. Naquela época os órgãos careciam de teclados, estes foram inventados e acrescentados durante o século posterior.
Além da sonoridade imponente, o órgão também possui (em geral), sua fachada adornada de forma esplêndida. Sua estrutura lógica e de funcionamento foi definida completamente em 1600. Nos 200 anos posteriores, ele aumentou de tamanho e passou a ser formado por dois, três e até quatro teclados; cada qual controlava o seu próprio “coro” de registros, e a um jogo de pedais acrescentava-se uma série de vozes de baixo.

Teclados e registros
A era industrial conduziu a uma nova fase de progressos. Foram construídos órgãos maiores, com pressão de ventos mais altas. Teclados de ação pneumática e elétrica substituem o delicado sistema de “tornante” com suas varetas e alavancas, embora se construam órgãos, utilizando-se este método.
Um órgão pequeno pode ter somente um conjunto de tubos ou registros. Quando se acrescentam mais registros, desenvolvem-se corpos sonoros, não somente do jogo de tubos graduados em uníssono (registros de 8 pés, 2,40m), como também de outros que soam uma oitava abaixo. Em órgãos muito grandes com pedais e tubos de 32 pés, 9,70m, proporcionam uma profundiade de sons majestosos. Cada corpo sonoro terá algumas fileiras de afinação aguda, que não somente fazem soar as oitavas mais altas, como também os sons harmônicas superiores, acrescentando ademais, riqueza e brilhantismo. Outros terão o suave timbre de uma flauta, sons delicados e contemplativos ou lamentosos efeitos de oboé. Um órgão grande possui tubos de variadas formas, sendo mais numerosos os diapasões que integram os corpos sonoros, cujos baixos, apresentam os conhecidos tubos frontais, que se pode observar sobre a caixa. Outros tubos podem ser afunilados ou com um corte quadrado, oval ou triangular, cada qual com seu tom característico. Os tubos podem ser fechados ou abertos e feitos de madeira ou de diferentes ligas de estanho ou chumbo. Um órgão de uma catedral pode ter até 5000 tubos e um ou mais teclados.
Estes instrumentos são ideais para a música pura de Bach. Com o domínio universal da música orquestrada e graças às gravações, o órgão vem recuperando o seu próprio espaço, como o rei dos instrumentos.

Funcionamento
Ao pressionar a tecla, a vareta levanta o someiro fazendo descer a vareta com seu cabo trançado e botão de ajuste. As varetas de redução são utilizadas para harmonizar as posições da tecla, com a nota correta na caixa de ar. Outras varetas estão conectadas ao tampo do interior da caixa; estas cobrem uma abertura de acesso aos tubos que correpondem aos quatro registros.
Ao acionar-se o botão de um registro, os da corredeira coincidem com os que ficam do lado dos tubos. Ao soltar a tecla, uma mola faz regressar o tampo à sua posição original.